terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conselho de Segurança da ONU irá enviar mais 3.500 homens ao Haiti

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta terça-feira por unanimidade o envio de mais 3.500 militares e policiais que fazem parte da missão de estabilização que o organismo internacional mantém no Haiti. Os novos membros teriam a missão de garantir a ajuda às cerca de 3 milhões atingidos pelo terremoto de 7 graus.

A medida aprovada prevê o envio de mais 2.000 soldados extras --que devem se juntar aos 7.000 soldados das tropas de paz já destacados no país-- e outros 1.500 policiais aos cerca de 2.100 homens da força policial internacional que já atuam no Haiti.

"O envio contribuirá para a manutenção da paz e para o apoio às esforços de reconstrução", disse o presidente do Conselho, o embaixador chinês Zhang Yesui, após a votação.
 


O chefe das tropas de paz da ONU, Alain Le Roy, afirmou que os soldados extras são essenciais devido ao "enorme" número de pedidos de escolta de comboios humanitários.
Ele disse ainda que a ONU precisa de tropas extras para garantir a segurança nas rotas, e para a formação de uma força reserva, para atuar caso a segurança se deteriore ainda mais.
Segundo Le Roy, as forças de segurança adicionais são necessárias em todos os locais de distribuição de alimentos e água.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia defendido, durante visita ao Haiti, o aumento na assistência humanitária aos desabrigados, além da garantia da coordenação da da ajuda internacional que está sendo enviada ao país -- o mais pobre da América.

No Haiti, Ban também visitou a área onde ficava o Palácio Presidencial e sobrevoou a capital para avaliar os danos. Pouco antes de deixar a sede da ONU em Nova York, ele afirmou que esta é "a crise humanitária mais grave" ocorrida em décadas.



Críticas
 
Hoje, a ONU defendeu a coordenação da ajuda humanitárias às vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu o Haiti há uma semana e rejeitou as críticas sobre o controle excessivo dos americanos sobre os esforços de ajuda e sobre o aeroporto de Porto Príncipe, ponto de chegada dos aviões de vários países com equipes e suprimentos.

Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, disse nesta terça-feira que a coordenação da entrega da ajuda humanitária aos cerca de 3 milhões de afetados pelo tremor, segundo estimativas da Cruz Vermelha, está indo bem.

O fato é que, uma semana depois do devastador terremoto, a ajuda humanitária já flui com mais intensidade, mas a magnitude da tragédia ainda torna difícil o acesso à água, alimentos e assistência médica para os milhares de feridos e desabrigados.

"A logística está aumentando de potência, mas continua sendo prioritário salvar os feridos que precisam de assistência médica urgente", disse Byrs.



Tragédia

O terremoto ocorreu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros da capital Porto Príncipe, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil.

O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. Cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns desde o terremoto, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.

Segundo o governo brasileiro, 19 brasileiros morreram no país --17 militares e dois civis, a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado (16).

O ministro da Defesa, Nelson Jobim,diz que há ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.




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