sábado, 30 de janeiro de 2010

Montealtenses passam no vestibular da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Parabéns aos novos estudantes da UFBA  que são oriundos das escolas públicas de Palmas de Monte Alto. Mostaram a inteligência e a capacidade que todo nosso povo tem em passar num desafio como esse. As oportunidades são diferentes para muitos, por isso estamos na luta para que as oportunidades sejam iguais para todos.
O Movimento REPAMA parabeniza:
Diego Nascimento E Silva aprovado no curso de Direito
www.resultado.ufba.br/2010_fase2/candidatos_selecinados_direito__-_noturno_-_salvador_1264856924888.pdf

Carolina Perez Rodrigues Lima aprovada no curso de Biotecnologia 
www.resultado.ufba.br/2010_fase2/candidatos_selecinados_biotecnologia__-_noturno_-_salvador_1264856819682.pdf

Laio Everton Lima Magalhaes aprovado no curso de Engenharia Mecânica www.resultado.ufba.br/2010_fase2/candidatos_selecinados_engenharia_mec%C3%A2nica__-_salvador_1264856994284.pdf
Ardille Rommenigue Magalhaes Silva aprovado no curso de Farmácia
  www.resultado.ufba.br/2010_fase2/candidatos_selecinados_farmacia_-_salvador_1264857025041.pdf

Confira resultado global no site da UFBA
www.resultado.ufba.br/



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Seminário discute Meio ambiente na Serra Geral do estado da Bahia

Entidades estudantis reagem ao aumento da passagem em Salvador


Com promessa de extenso calendário de manifestações até o início do ano letivo, estudantes fizeram a primeira manifestação do ano na manhã de quinta-feira , 21. O aumento da passagem, ocorrido no sábado, 16, fez representantes de quatro entidades, e algumas dezenas de estudantes, realizarem paralisações na entrada da Estação da Lapa por duas horas.
“João Henrique aprendeu. Já é a terceira vez que aumenta a passagem na época que não conseguimos trazer muitos estudantes por causa de férias e festas na cidade”, afirma o presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Vladimir Meira. Ele enfatiza também que a prefeitura aproveitou o recesso da Câmara Municipal e publicou o Decreto no dia seguinte à Lavagem do Bonfim. “Este Decreto fere os interesses dos usuários. O prefeito tem que comunicar a Câmara de Vereadores para publicá-lo e, minimamente, comunicar com antecedência à sociedade. Não vamos deixá-lo em paz enquanto não voltar atrás dessa decisão extremamente anti-popular e anti-democrática, tomada de cima pra baixo, sem discussão com a sociedade, mais uma vez”.
Na estação, as interdições no trânsito não demoravam muito, uma forma de não prejudicar completamente a rotina dos usuários de ônibus e trabalhadores. Os estudantes optaram também por andar nas plataformas para chamar a atenção dos usuários. Foram bem recebidos e incentivados pela maioria dos transeuntes do local.
Reivindicações
Além da revogação do Decreto, os estudantes querem o aumento de postos de recarga e dos horários de atendimento do SalvadorCard; passe livre para estudantes da rede pública de ensino; reforma das estações; e revitalização do Conselho Municipal de Transportes de Salvador, com participação paritária da Sociedade Civil. “Estamos com várias demandas reprimidas. Temas como o aumento da tarifa do Elevador Lacerda e do Plano Inclinado não podem ocorrer sem discussão com a população”, afirma Valmir Santos, presidente da Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas.
O ato contou com a presença e direção da União dos Estudantes da Bahia (UEB), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas (ABES), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), além de juventudes organizadas e outros militantes do movimento estudantil.
“Esse é o primeiro de muitos atos contra essa medida autoritária do prefeito João Henrique. Outras manifestações virão até o início das aulas, quando colocaremos milhares de estudantes nas ruas. Ele terá que revogar esse decreto, além da anulação do direito à meia-passagem dos estudantes de EAD, que a prefeitura decretou no final do ano passado”, salienta Maurício Guimarães, Vice-Presidente Regional da UNE (BA).
Petição de anulação
Vereadores da oposição na Câmara Municipal de Salvador protocolaram uma petição pedindo a anulação do Decreto, na quarta-feira, 20, alegando conter vício de competência e que ele fere o artigo 244 da Lei Orgânica do Município, que diz que “fica o Poder Executivo obrigado a encaminhar à Câmara Municipal a Planilha de custos antes de decretar qualquer aumento de tarifa”. A ação popular da bancada da oposição foi bem recebida pelo Judiciário, que promete dar prioridade por envolver questão de interesses dos usuários.
Com sintonia entre diversos setores da sociedade, e entre os Poderes Legislativo e Judiciário, fica nítida a necessidade de revogação do Decreto. As entidades estudantis aclamam à população e outros seguimentos organizados da sociedade a se juntarem a elas nas próximas manifestações.
Fonte: UEB, com informações do Jornal A Tarde

FSM/POA: Debate sobre pré-sal lota Tenda da Paz

O debate sobre o Pré-sal, organizado pela UNE, Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), lotou a Tenda da Paz nesta quarta-feira e reuniu representantes de diversas entidades.

Na mesa de discussões com o tema: “O Pré-Sal e o financiamento da Educação no Brasil" estavam João Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Raul Bergaman, da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Igor Felippe dos Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cristina Castro, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Hugo Valadares, presidente da ANPG, Rodrigo da Luz de Jesus e Henrique Porto Lusa, coordenadores gerais da recém fundada União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE-RS), Jorge Abraão, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o presidente UBES, Yann Evanovick e o presidente da UNE, Augusto Chagas.

As intervenções marcaram muitos consensos, embora o MST, a Aepet e a FUP tenham defendido que é mais importante para o movimento social estabelecer uma bandeira unitária em defesa do desenvolvimento sustentável a partir das verbas do pré-sal do que já definir a bandeira de uma parte específica das demandas sociais, no caso, educação. Igor, do MST, entretanto, ponderou que a lógica está correta no sentido de garantir que as verbas do pré-sal "não virem um segundo orçamento da União a ser disputado", ou seja, defendeu que é preciso unificar uma posição dos movimentos sociais e reivindicar que a destinação das verbas sejam definidas antes mesmo delas se concretizarem, para que se garantam políticas de Estado com as mesmas.

Verba do petróleo para fontes renováveis

Igor também alertou para a importância de segurar o máximo de verbas com a União, contra uma tendência a distribuição da verba entre os estados da federação. Desta forma, facilita-se a pressão pela distribuição das mesmas de acordo com os interesses nacionais e demandas sociais. Por fim, defendeu o investimento de parte das verbas advindas da exploração do petróleo na camada pré-sal em energia de fontes renováveis e clamou os movimentos a tomarem as ruas em defesa de uma justa distribuição das verbas do pré-sal.

Já o representante do Ipea, Jorge Abraão, apresentou dados que expõem a situação de precariedade da educação brasileira, sendo o mais expressivo deles o número de analfabetos: 14 milhões. Jorge, assim como Cristina, da Contee e os diversos representantes das entidades estudantis, defendeu a bandeira de 50% das verbas do pré-sal para a educação.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, reforçou a convocação de Igor, dizendo "não há conquistas importantes como esta que não venham da luta do povo", e traçou um quadro da educação no país para justificar a bandeira dos estudantes, chamando os demais movimentos à unidade e alegando que não se trata de uma campanha corporativista, à medida que entende a importância de defender também uma nova lei do petróleo, o fortalecimento da Petrobras e a retomada do seu controle acionário pelo Estado. Para Augusto, "essa riqueza tem que ser carimbada pelos interesses nacionais e deve ser repartida entre a maioria da população”


Soberania

Na mesma linha de defesa da soberania, o presidente da ANPG, Hugo Valadares, afirmou que "o Brasil é extirpado das suas riquezas desde 1500"e citou vários processos, chrgando inclusive a denunciar a privatização da Cia. Vale do Rio Doce como um deles. 

Hugo e Augusto fizeram questão ainda de falar sobre o clima polarizado de 2010 e o papel dos estudantes na disputa de projetos que se dará durante o processo eleitoral. Augusto terminou sua intervenção convocando o conjunto dos movimentos a participantes da assembleia dos movimentos do FSM que será na sexta-feira, 29, às 10h, na Usina do Gasômetro. Segundo Augusto, após o Fórum, o compromisso dos estudantes é construir uma grande jornada de lutas em março e mobilizar em conjunto com os demais movimentos sociais para a Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais, que será no dia 31 de maio em São Paulo.

Reportag
em de Luana Bonone, em Porto Alegre.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial temático na Bahia

 

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O Fórum Social Mundial nasceu em 2001 como um contraponto a Davos. De lá para cá, construiu uma agenda própria e começou a formular propostas para uma nova ordem global. E esse movimento assume um crescente caráter de luta contra a política imperial dos Estados Unidos.
Uma brevíssima história do Fórum Social Mundial poderia ser contada tomando como ponto de partida o ano de 1998, com a derrota do projeto do Acordo Multilateral sobre Investimentos (AMI), e, logo em seguida, em 1999, com o êxito das manifestações de Seattle contra a reunião de cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC). O AMI foi uma iniciativa dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), iniciada nos anos de 1990 e que teve sua negociação suspensa devido, entre outros fatores, a constantes desacordos entre seus membros, principalmente no que se refere a temas como nacionalização, exceção cultural, desregulamentaçã o, propriedade intelectual e segurança. E Seattle foi um ruidoso desmentido das teses dos defensores do fim da história. Foram duas derrotas inesperadas para os defensores da globalização neoliberal, que pregavam o aprofundamento da desregulamentaçã o econômica em todo o mundo, com ampla liberdade de circulação de capitais.
Animado por essas importantes vitórias, um conjunto de movimentos sociais de vários países começou a discutir a necessidade de realizar um encontro internacional para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne os ideólogos do atual modelo de globalização. Nascia, assim, o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um movimento internacional por outra forma de globalização. Um movimento que não parou de crescer. A capital gaúcha foi escolhida como sede do FSM em função das políticas de participação popular implementadas pelas administrações petistas na cidade. A primeira reunião do Fórum Social Mundial foi marcada pela idéia de estabelecer um contraponto a Davos. O sucesso foi tamanho que, já no ano seguinte, o caráter anti-Davos começou a ser substituído por uma agenda própria, de caráter propositivo, que iria se internacionalizar e se aprofundar nos anos seguintes.
Marco Aurélio Weissheimer


INSCRIÇÕES:

Foram prorrogadas para esta quarta-feira (27) as inscrições para a edição do Fórum Social Mundial Temático da Bahia (FSMT-BA), que acontece de 29 a 31 deste mês. Em 2010, o Fórum Social Mundial ocorre de forma descentralizada, em vários países. No Brasil, a décima edição do FSM começa, em janeiro, na Grande Porto Alegre (RS) dias 27 e 28 e termina com o FSM Temático da Bahia, de 29 a 31. Na Bahia, o FSMT tem como inovação a participação de governantes progressistas de vários países. http://www.fsmtbahi a.com.br/ novo/index. php


TENDA DA JUVENTUDE
(Passeio Público)

As juventudes sempre tiveram um espaço central no Fórum Social Mundial, em Salvador não seria diferente. Diversas organizações juvenis construíram coletivamente a programação da Tenda da Juventude, espaço que sediará as mesas de debate, rodas de diálogo, oficinas, além de ser mais um espaço de socialização e trocas. Temas como segurança, trabalho, feminismo, negritude, são contemplados nas atividades que serão realizadas.

29 de janeiro
 Tenda 01
9h - Intervenção cultural – Um Konto – Hip Hop
Mesa Redonda: Juventude, Trabalho e Políticas Públicas.
Rosana Souza, Secretária Nacional de Juventude da CUT
Representante da CTB
Emerson Gomes, Secretário de Juventude da Força Sindical.
Nilton Vasconcelos, Secretário Estadual de Trabalho Emprego e Esporte - Setre.
Instituto Aliança 
Marcio Pochmann – IPEA
Coordenação: Eden Valadares – Coordenador de Juventude do Governo do Estado da Bahia

14h - Intervenção cultural - CRIA

Tenda 01:
14h30 – A participação da juventude na construção de políticas públicas: Legado e Perspectivas/ Lançamento do Livro: Quebrando Mitos – Juventude, Participação e Políticas.
Expositores:
Danilo Moreira – Secretaria Nacional de Juventude
Mary Castro – Socióloga e Pesquisadora do NPEJI
Debatedores:
Conselho Estadual de Juventude
Fórum Nacional de Juventude Negra
Yulo Oiticica – Frente Parlamentar de Juventude
Rede Sou de Atitude
Professor Valdeci, Deputado Estadual.
Coordenação:
Instituto Paulo Freire
CEMJ – Centro de Estudos e Memórias da

Tenda 02

14h – Cine Lilás da UEB: Exibição do Filme Fim do Silêncio (de Thereza Jessouroun) e depois roda de diálogo feminista.
Expositoras:
Joanna Paroli (UNE)
Marcha Mundial das Mulheres
Frente contra a Criminalização das Mulheres e Pela legalização do Aborto (BA)

17h – Posse da Nova Diretoria da União dos Estudantes da Bahia

Dia 30 de janeiro

Local: Tenda 01:
9h – Intervenção Cultural – GAPA
9'30h - Mesa Redonda - Juventude, Educação e Desenvolvimento.
Debatedores:
Álamo Pimentel – Pro – Reitor de Assistência Estudantil da UFBA
Javier Alfaya – ALBA
Augusto Chagas – Presidente da UNE
UNEB
Rede de Jovens Nordeste
Representante da CNTE
Coordenação:
UEB e ABES

Tenda 02:
8h - Expressões de Ativismo Juvenil Hoje – Mesa sugerida pelo NPEJ

9h - Expressões Movimentos quilombolas e - Mesa sugerida pelo NPEJ

11- Juventudes e Vulnerabilizaçõ es - Mesa sugerida pelo NPEJ


 

Tenda 01

14h – A crise civilizatória e a alternativa Ecossocialista.
Rede Ecossocialista Brasileira

Dia 31 de janeiro

Tenda 01:

9h – PJB Contra a Violência e o Extermínio de Jovens! – Atividade com 
Dia 30 de janeiro
Tenda 02:
9h - Plenária da ANEL

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dirceu recebe apoio para voltar à Executiva do PT

Prestes a retornar ao Diretório Nacional do PT, depois do caso do mensalão em 2005, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu já se depara até mesmo com colegas de partido dispostos a endossar sua volta à Executiva Nacional da sigla.


Réu no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o escândalo, Dirceu foi descrito pela Procuradoria-Geral da República como "chefe da quadrilha" que operava o esquema. Desde então, submergiu para os bastidores da articulação política da sigla e do governo.

Ao lado de nomes como os deputados João Paulo Cunha (SP) e José Genoino (SP), este último presidente do PT na época da crise de 2005, Dirceu foi confirmado no último fim de semana na lista de indicados da ala majoritária da sigla para compor o novo Diretório Nacional, que será instalado em fevereiro.

Nas próximas semanas, o presidente eleito do partido, o ex-senador José Eduardo Dutra (SE), vai se debruçar na montagem da Executiva Nacional, que reúne 18 postos estratégicos da hierarquia partidária, dá a linha de atuação da sigla e referenda decisões dos 81 membros do Diretório Nacional.
Apoiadores da volta de Dirceu afirmam que o PT não pode prescindir, em 2010, de quadros experientes e, principalmente, familiarizados com uma campanha presidencial. Esta é a primeira vez que a sigla se lança numa disputa pelo Palácio do Planalto sem ter o presidente Lula como candidato e encara o desafio de convencer o eleitorado a votar na chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ex-homem forte do governo Lula e ex-presidente do PT, Dirceu trabalha há meses nos bastidores angariando apoio para a campanha de Dilma.

A preocupação com a busca de quadros qualificados para a Executiva costuma ser justificada por uma regra estatutária do PT. Pela norma, estão proibidos de permanecer na instância os integrantes que ocuparam o mesmo posto por dois mandatos consecutivos, assim como os que estiveram por três mandatos seguidos em funções diferentes.

Fonte: http://www.ig.com.br/

sábado, 23 de janeiro de 2010

Escravidão legalizada

Por Henrique Júdice

http://www.landirca stro.blogspot. com/



Um quinto das brasileiras trabalha quase sem direitos, mesmo quando dentro da lei. Trabalhadoras de segunda categoria para a Constituição, empregadas domésticas muitas vezes são, na prática, servas ou escravas.
Diversos assuntos de interesse direto dos trabalhadores encontram-se em análise no Congresso ou nos tribunais: jornada máxima, garantias contra a demissão injustificada, critérios de remuneração das horas extras. Mas de cada cinco trabalhadoras, pelo menos uma (proporção calculada pelo IBGE nas últimas pesquisas nacionais por amostra de domicílios — PNADs) está pré-excluída dessas necessárias discussões: qualquer que seja seu desfecho, a situação delas não mudará.

Limitação de jornada, proteção contra dispensa sem justa causa e adicional de hora extra estão entre os 34 direitos trabalhistas declarados fundamentais na Constituição e entre os 25 direitos fundamentais que a mesma Constituição não reconhece às empregadas domésticas. O status jurídico constitucional delas no Brasil não chega a um terço do dos demais seres humanos (nos países regidos pelo direito islâmico, a título de comparação, os direitos patrimoniais da mulher pelo menos equivalem à metade dos de um homem).

Escravidão...
O trabalho doméstico tal como existente no Brasil é um restolho da escravidão. É interessante notar, todavia, que, quando esta vigorava oficialmente, a situação legal do trabalhador doméstico livre era menos má que na maior parte dos 121 anos subsequentes a seu fim. Em artigo publicado na revista jurídica O Trabalho em 1997, o juiz Roberto Davis mostra que as Ordenações Manuelinas (1512-1916), asseguravam- lhes pisos salariais e indenização por dispensa. Quando entrou em vigor o primeiro Código Civil (1917), expressão do liberalismo da república cafeeira, os direitos do conjunto da população trabalhadora foram reduzidos a um aviso prévio de um a oito dias. Ao longo dos anos 30 e 40, diversas conquistas foram sendo arrancadas dos patrões e do Estado: férias, descanso semanal, sindicalização, etc. As empregadas domésticas (via de regra filhas ou netas de escravas, quando não ex-escravas elas próprias) permaneceram à margem de todas essas vitórias.

O direito à aposentadoria e demais benefícios da Previdência veio em 1972. Na seara propriamente trabalhista, no entanto, continuaram detentoras de um único direito: o aviso prévio do Código Civil foi substituído por férias de vinte dias úteis. Salário mínimo, descanso remunerado, 13º, irredutibilidade nominal do salário, adicional de férias, licença-maternidade e aviso prévio vieram apenas em 1988, cem anos após a abolição. Tudo o mais, porém, lhes foi negado: adicional noturno, FGTS, limitação de jornada, cobertura por acidentes de trabalho e muitas coisas mais.

Isto ocorre, alegadamente, porque esses direitos acabariam por "onerar de forma demasiada o vínculo de trabalho do doméstico" indo contra seu "caráter de prestação de serviços eminentemente familiar", de sorte que o incremento das garantias daquelas que o exercem "acaba por não se coadunar com a natureza jurídica e sociológica do vínculo de trabalho doméstico". Essas asneiras embasaram o veto presidencial, em 2006, a uma lei que estendia o FGTS e o seguro-desemprego à categoria.

... e feudalismo
A idéia de que o trabalho doméstico, por não visar lucro, não deva ser onerado, é uma das maiores expressões do atraso da formação social brasileira, pois parte do pressuposto de que quem assalaria empregados para seu exclusivo conforto pessoal deva receber tratamento favorecido face a quem o faz para exercer atividade produtiva e gerar riqueza. Esse conceito articula-se com a inserção das domésticas nas famílias burguesas na condição servil de agregadas, pela qual perdem até mesmo sua liberdade de ir e vir (já que não raro ficam presas às casas dos patrões, tendo que servir dia e noite) a troco de supostos favores que só aprofundam essa servidão.

Mas o que há de mais revelador a respeito da "natureza jurídica e sociológica do vínculo de trabalho doméstico" é o fato de a Constituição negar às que o exercem até mesmo direitos sem reflexo pecuniário para o empregador. Não são aplicáveis às empregadas domésticas, por exemplo, os dispositivos constitucionais que proíbem o trabalho infantil e a discriminação por gênero, cor, estado civil ou idade; e nem tampouco os que determinam a redução do risco de acidentes mediante normas de saúde, higiene e segurança do trabalho e a criminalização da retenção salarial.

O sentido disso não é diretamente econômico. Visa, antes, reforçar a inferioridade social a que estão relegadas. a ordem constitucional brasileira, o empregador doméstico — e apenas ele — tem direito a escolher seus empregados e definir-lhes os salários em função da cor da pele, expô-los sem nenhuma responsabilidade ao risco de acidentes e submetê-los a qualquer jornada.

Piores trabalhos
Até bem pouco tempo atrás, podia também explorar mão-de-obra infanto-juvenil e pagar "salários" em comida, roupas (usadas, naturalmente) e outras quinquilharias. Até 1990, não havia nenhum limite de idade: foi preciso uma lei não-trabalhista (o Estatuto da Criança e do Adolescente) para que se proibisse o trabalho antes dos 14 anos em caráter geral, sem excetuar o emprego doméstico. Os descontos foram proibidos em 2006; o trabalho em idade inferior a 18 anos, apenas em 2008, e por força não de uma lei feita no Brasil, mas da lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (TIP), da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A lista TIP, que contém formas de trabalho que os países signatários comprometem- se a proibir para menores, classifica os serviços domésticos como prejudiciais à saúde, à segurança e à moralidade. Vale a pena transcrever os riscos que ela associa a esses serviços: "esforços físicos intensos; isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; longas jornadas de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições antiergonômicas e movimentos repetitivos; tracionamento da coluna vertebral; sobrecarga muscular; exposição a riscos biológicos". Entre as prováveis repercussões à saúde, encontram-se bursites, tendinites, dorsalgias, queimaduras, ansiedade, alterações na vida familiar, transtornos do ciclo vigília-sono, DORT/LER, deformidades da coluna vertebral, síndrome do esgotamento profissional, neurose, traumatismos, tonturas e fobias.

Sem lei
O tratamento legal do trabalho doméstico é revelador do caráter da formação social brasileira. No que se refere à realidade do próprio trabalho doméstico, no entanto, corresponde apenas a uma pequena parte do problema. Isto porque, de acordo com uma pesquisa ("Raio X do emprego doméstico") realizada pelo IBGE em 2006, pelo menos 3 em cada 4 trabalhadoras domésticas (4,8 milhões num total de 6,5 milhões) não têm sequer carteira assinada. A proporção, no entanto, deve ser maior: arguindo a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio, os empregadores domésticos se põem a salvo não apenas de qualquer pesquisa confiável como também da incipiente fiscalização do ministério do Trabalho.

Fonte: www.anovademocracia .com.br

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Resolução da Executiva Nacional da CUT sobre o Haiti



A Direção Executiva Nacional da CUT, reunida em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 2010, reafirma sua solidariedade, manifestada desde o dia 13 de janeiro, às vítimas do terremoto no Haiti. A CUT decidiu iniciar uma campanha para ajudar na reconstrução do Haiti, dando ênfase ao movimento sindical haitiano com o recolhimento de fundos entre os sindicatos brasileiros para serem remetidos às organizações que a CUT mantém relações naquele país.

Em contato com dirigentes sindicais haitianos que foram parte da delegação internacional presente no 10º CONCUT (agosto de 2009), a CUT foi informada da verdadeira catástrofe que se abate sobre o povo haitiano. Muitos sindicalistas perderam a vida, outros tantos tiveram suas casas e locais sindicais destruídos e o compromisso assumido pela nossa central é de ajudar na reconstrução das organizações dos trabalhadores e assistir às suas famílias no Haiti.

A situação atual no Haiti não é uma fatalidade, é fruto historicamente da superexploraçã o e pilhagem das grandes potencias, como a França e os EUA, do país que se constituiu na primeira nação negra independente do mundo em 1804.

A CUT ressalta que o enorme número de vítimas (fala-se em até 200 mil mortos, e milhões de desabrigados em um país de 8 milhões de habitantes) e a amplitude da destruição que sofreu a região de Porto Príncipe, capital do país, não é uma fatalidade, é o resultado das carências e precárias condições de infra-estrutura e das habitações, em uma situação em que o desemprego atingia mais de 60% dos trabalhadores e os salários são de miséria, enquanto o governo do Haiti pagava mensalmente milhões de dólares de dívida externa.

O fato de não haver hospitais, nem meios de transporte, nem serviços públicos organizados, não é um fenômeno “natural”, é o resultado de uma política aplicada anos a fio sob a disciplina do FMI e em benefício das grandes potências que apoiaram a ditadura Duvalier até 1981 e depois o golpe de Estado que tirou do poder o presidente Aristide em 2004.


A CUT, que é a favor da soberania do povo haitiano, observa com inquietação que a tragédia foi respondida pelo governo dos Estados Unidos com uma verdadeira ocupação militar. Já são mais de 13 mil soldados enviados por Washington apetrechados para a guerra, que hoje praticamente controlam todo o país. Vôos rasantes para despejar suprimentos para uma população faminta, por exemplo, jogam flagelados em conflito, deixando sem nada crianças, velhos e feridos que não podem disputar os “pacotes humanitários”.  

O que o Haiti precisa é de médicos, enfermeiros, engenheiros e não de tropas de ocupação, seja dos EUA, seja da ONU.

A CUT toma posição pela anulação imediata da dívida externa do Haiti pelos países credores e pela devolução total da indenização paga à França pelo Haiti quando da sua emancipação; pela abertura de fronteiras dos países aos quais os cidadãos haitianos queiram chegar; pela solidariedade e ajuda material com respeito à dignidade do povo irmão do Haiti; retirada de condicionantes para a ajuda externa, reafirmando que é necessário ter como objetivo o de restituir ao povo haitiano a sua soberania, com o fim das ocupações militares estrangeiras.

Conclamamos os sindicatos filiados, ramos e CUTs estaduais a contribuírem com depósitos no Banco do Brasil, Agência 3324-3 conta corrente 956251-6 (SOS Sindical Haiti), encarregando- se a CUT nacional de fazer chegar às organizações sindicais com as quais mantém relação os donativos.

Propomos também a organização de brigadas de trabalhadores cutistas para ajudar na reconstrução do Haiti, em especial do movimento sindical haitiano. A CUT, além de assumir sua responsabilidade na ajuda direta ao movimento sindical haitiano, se declara disposta a participar de iniciativas unitárias, com outras centrais e movimentos populares, para reforçar a solidariedade aos trabalhadores e ao povo do Haiti neste momento difícil. 




Executiva Nacional da CUT

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Aluna é condenada a 90 chicotadas após bater na diretora da escola com um copo.

A justiça da Arábia Saudita condenou uma adolescente a receber 90 golpes de chicote e a dois meses de prisão por ter agredido a diretora de sua escola com um copo, segundo o jornal saudita "Al-Watan".

O incidente aconteceu no ano passado em Jubail, no leste da Arábia Saudita, depois que a diretora da escola confiscou o telefone celular com câmera da garota. Segundo a lei saudita, é proibido portar celulares com câmera nas escolas.

A diretora pediu para a corte permitir que o açoite aconteça no interior da escola "para educar" a aluna, disse o jornal. A idade da estudante não foi revelada. O governo saudita diz que a prática é amplamente aprovada pela sociedade e impede o aumento da criminalidade.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conselho de Segurança da ONU irá enviar mais 3.500 homens ao Haiti

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta terça-feira por unanimidade o envio de mais 3.500 militares e policiais que fazem parte da missão de estabilização que o organismo internacional mantém no Haiti. Os novos membros teriam a missão de garantir a ajuda às cerca de 3 milhões atingidos pelo terremoto de 7 graus.

A medida aprovada prevê o envio de mais 2.000 soldados extras --que devem se juntar aos 7.000 soldados das tropas de paz já destacados no país-- e outros 1.500 policiais aos cerca de 2.100 homens da força policial internacional que já atuam no Haiti.

"O envio contribuirá para a manutenção da paz e para o apoio às esforços de reconstrução", disse o presidente do Conselho, o embaixador chinês Zhang Yesui, após a votação.
 


O chefe das tropas de paz da ONU, Alain Le Roy, afirmou que os soldados extras são essenciais devido ao "enorme" número de pedidos de escolta de comboios humanitários.
Ele disse ainda que a ONU precisa de tropas extras para garantir a segurança nas rotas, e para a formação de uma força reserva, para atuar caso a segurança se deteriore ainda mais.
Segundo Le Roy, as forças de segurança adicionais são necessárias em todos os locais de distribuição de alimentos e água.

Ontem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia defendido, durante visita ao Haiti, o aumento na assistência humanitária aos desabrigados, além da garantia da coordenação da da ajuda internacional que está sendo enviada ao país -- o mais pobre da América.

No Haiti, Ban também visitou a área onde ficava o Palácio Presidencial e sobrevoou a capital para avaliar os danos. Pouco antes de deixar a sede da ONU em Nova York, ele afirmou que esta é "a crise humanitária mais grave" ocorrida em décadas.



Críticas
 
Hoje, a ONU defendeu a coordenação da ajuda humanitárias às vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu o Haiti há uma semana e rejeitou as críticas sobre o controle excessivo dos americanos sobre os esforços de ajuda e sobre o aeroporto de Porto Príncipe, ponto de chegada dos aviões de vários países com equipes e suprimentos.

Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, disse nesta terça-feira que a coordenação da entrega da ajuda humanitária aos cerca de 3 milhões de afetados pelo tremor, segundo estimativas da Cruz Vermelha, está indo bem.

O fato é que, uma semana depois do devastador terremoto, a ajuda humanitária já flui com mais intensidade, mas a magnitude da tragédia ainda torna difícil o acesso à água, alimentos e assistência médica para os milhares de feridos e desabrigados.

"A logística está aumentando de potência, mas continua sendo prioritário salvar os feridos que precisam de assistência médica urgente", disse Byrs.



Tragédia

O terremoto ocorreu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros da capital Porto Príncipe, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil.

O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. Cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns desde o terremoto, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.

Segundo o governo brasileiro, 19 brasileiros morreram no país --17 militares e dois civis, a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado (16).

O ministro da Defesa, Nelson Jobim,diz que há ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.




segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu orgulho.
Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos os homens do mundo.

Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação a justiça."
 
 
Che Guevara